sexta-feira, março 2

Transição da casa que se tem para uma ECO-HABITAÇÃO - Manejando o espaço construído


Antônio Roberto Mendes Pereira 

Estamos vivendo em um momento crítico da história da terra, na qual nós precisamos eleger o futuro que queremos. Os riscos são grandes para se seguir adiante. Todas as formas de vida inclusive a nossa está sob uma ameaça constante desencadeada pelo sapiens sapiens. Temos que concordar com a frase de Sócrates Fusinato: 

Os animais destroem menos que o animal etiquetado de Homem (arrogância de uma avocação da razão a serviço da dominação do instinto)... O homem que desde que se fez homem açoitou a natureza ou a natureza que cansada de ser mula de carga agora açoita o homem e ameaça derrubá-lo de suas costas? 

Estamos em uma encruzilhada que cada vez mais nos obriga a enfrentar e repensar nosso destino comum. Nossos atuais hábitos de consumo são quase que totalmente insustentáveis, gerando cada vez mais destruição do meio que se vive, tornando todos os espaços de vivência e habitação em locais completamente artificiais. 


O ritmo evolutivo da nossa civilização a que chamamos e consideramos modernos podem ser considerados como de uma geração que ainda não alcançou a maturidade ambiental, não conseguiu perceber que quanto mais nos afastamos dos ciclos da natureza, mas estamos evocando o desequilíbrio ecológico de todas as formas de vida. 

Quase todos os espaços criados pelos seres humanos estão ultrapassando a escala humana de manejo, necessitando cada vez mais de tecnologias que contribuem para a criação e manutenção de espaços humanos completamente artificiais, onde tudo é manejado por controles e comandos eletro-eletrônicos. Controla-se o ar, a temperatura, a umidade, a refrigeração, a claridade, até a alimentação de todos que fazem parte deste mesmo ambiente, que a meu ver não pode ser considerado de ecossistema. As nossas casas estão cada vez mais se tornando em centrais poluidoras e distantes de serem considerados espaços que abriga seres da natureza. 

Atualmente resido em uma cidade com mais de 300 mil habitantes onde cada dia percebe-se que a qualidade de vida vem diminuindo. Cada vez mais os espaços de natureza estão fadados a desaparecer para dar lugar a mais um edifício, que se pelo menos tivesse um projeto de arquitetura e de construção com idéias ecológicas e sustentáveis, mas ao invés desta postura o que vejo é uma modernidade que aumenta desperdícios, uso ao máximo de energia para tudo, para subir, para descer, para ventilar, para iluminar, para cozinhar, enfim para tudo que precisa fazer os gastos são enormes e exigentes e considerados de modernos. 


As residências são sempre parecidas umas com as outras, o padrão é o mesmo, só muda os tipos de materias, o tamanho, o local, e a arquitetura, mas a consciência dos que habitam estas casas é quase sempre a mesma, querer ter mais e mais. Os efluentes gerados por uma habitação de um milionário é o mesmo de uma casa de um pobre, a lógica é a mesma, os mecanismos são os mesmos só diferencia na quantidade de poluição que sai de um espaço e do outro. Infelizmente demonstra-nos que a arquitetura não vem acompanhando o esforço da bioconstrução em criar habitações mais ecológicas. Até parece que o processo educacional não contribui neste âmbito, o querer ter, termina por poluir mais, por predar mais, por ocupar mais, concentrando mais e mais. Em muitos casos até a arquitetura bela é apenas para embelezar não tem funções ecológicas de aproveitamento das energias da natureza. 

Tem certos momentos que mesmo sendo pedagogo e técnico desacredito do poder da educação, em poder educar, informar, esclarecer seres humanos para entender a natureza e contribuir para as verdadeiras mudanças no ambiente nosso e dos outros seres. Este texto vai trilhar por caminhos que nos remete a tentar fazer alguma coisa principalmente no espaço nosso de domínio, particular, familiar a sua CASA. 


O esforço individual de cada um de nós pode fazer a diferença e causar mudanças profundas. Somos muitos habitantes, mas se cada um iniciar por fazer algo, poderá redirecionar e mudar muitas coisas, espaços e cabeças. Precisamos ecologizar todos os espaços iniciando este processo por nossa consciência que permanentemente nos indica o que queremos e como fazer. A decisão é sua, e o apelo é a da natureza. 




TRANSIÇÕES NECESSÁRIAS PARA A INSTRUMENTAÇÃO DE AÇÕES PARA UM HABITAR MAIS SANO E ECOLÓGICO 

Para que nossa casa seja uma zona de benefício comum precisamos repensar muitos dos nossos hábitos, que com certeza não vai ser fácil, pois já estamos culturalmente treinados para o padrão atual, onde todos fazem o que a maioria quer, e que estamos também treinando nossos filhos para querer ser da mesma forma do mesmo padrão, se pelo menos fosse um padrão da natureza, mas este é completamente humanóide que só serve a ele e a nenhuma outra espécie. 

Como vemos as transições ou os retroajustamentos são necessários em todos os espaços e componentes, se quisermos adequar as nossas casas a ter características de um espaço onde os princípios da natureza redirecionam muitas decisões, hábitos, costumes e atitudes do habitar, do ter, do ser, do querer, e do descartar. Vou iniciar propondo sugestões para um dos elementos essencial a todas as formas de vida, a água, líquido precioso que precisa um empenho de toda a família na postura de seu uso, consumo e descarte. 

REPENSANDO O USO DA ÁGUA 

1. Aumentar as formas de captação e armazenamento para consumo e uso humano, das plantas e dos animais. Todas as casas precisam ter formas de armazenar água principalmente da chuva. Água que não tem e não gera custo para comprar e pagar. Água que chega até nós independentemente de onde se mora, até parece que ela nos procura, por ser fluida chega e alcança todos os espaços só dependendo do volume. Armazenar água de todas as formas e em todo tipo de recipiente, o negócio é captar e armazenar para posterior uso e consumo. Garrafas, sacos plásticos, tambores, bacias, tanques, cisternas, buracos forrados de plástico não importa, guarde água. 

De acordo com a Organização das Nações Unidas, cada pessoa necessita de 3,3 m³ / pessoa / mês (cerca de 110 litros de água por dia para atender as necessidades de consumo e higiene). Porém, no Brasil, o consumo por pessoa pode chegar a mais de 200 litros/dia. 

Dos cerca de 200 litros diários consumidos nos domicílios: 

54 Litros (27%) - vão para cozinhar e beber 
50 Litros (25%) - para tomar banho e escovar os dentes 
66 Litros (33%) - são utilizados em descarga de banheiro 
24 Litros (12%) - para lavagem de roupa 
6 Litros (3%) - para outras tarefas (como lavagem de carro, por exemplo) 

Vale ressaltar ainda que: 

1 rega de plantas por 10 minutos consome 186 litros 
1 lavagem de calçada com a mangueira por 15 minutos gasta 279 litros de água 

Por isso são atividades tão condenadas no dia a dia e que devem ser abolidas, por desperdiçarem muita água potável. 

Fonte: Sabesp 

2. Diminuindo o consumo de água em todas as tarefas e necessidades (exceto a sede). Várias formas e equipamentos podem ser utilizados e readaptados para diminuir o desperdício de água. Torneiras com mecanismos de tempo, torneiras de liberação de água de menor vazão, descargas inteligentes, além da postura individual de estar atento, para o não desperdício durante o banho, a escovação dos dentes, no lavar roupa, louça entre outras tarefas diárias. 



3. Substitua todos os produtos de higiene pessoal e de limpeza da casa ou parte deles por produtos que possam ser manipulados e confeccionados em casa, ou por produtos de formulações ecológicas, biodegradáveis. Atualmente já existe uma infinidade de receitas e fórmulas de produtos ecológicos para as mais diversas necessidades higiênicas. Produtos como shampoos, condicionadores e sabonetes já são encontrados para a venda todos ecologicamente corretos. Queremos sempre o melhor para nossa casa e nossa família, mas não pensamos os impactos que estas escolhas podem causar ao meio ambiente. Evite o uso de detergentes que espumam muito, pois o gasto com água para tirar esta espuma aumenta. Faça um teste, coloque apenas uma gota se detergente na esponja passe em um copo e verifique quanto de água vai ser gasto para retirar toda espuma. 


4. Criando sistemas de reuso de águas cinza e negras, este assunto já está ficando batido até demais, mas pouco se faz para mudar esta situação absurda. Nas plantas das novas construções deveria ser uma lei obrigatória o reuso destas águas, principalmente as cinzas. Se você for olhar atentamente, vai encontrar uma maneira de utilizar pelo menos as águas cinza que saem da máquina de lavar, do banho, da pia do banheiro. Temos um jeitinho brasileiro para tudo, porque não encontramos esse jeitinho para este tipo de sobra, de resíduo? Até para lavar os pneus do carro, as calçadas entre outros espaços e objetos. E se os produtos de limpeza forem ecológicos estas águas podem ter outras serventias, pense nisso e crie um jeito, não perca, não desperdice, reutilize, de seu jeitinho. 





Com as águas negras pense em instalar um sistema de biorremediação, onde toda matéria orgânica destes resíduos podem produzir biomassa onde até determinadas culturas alimentares podem ser utilizadas como, por exemplo, bananeiras, maracujás, melancias, jerimuns, entre outras, além das plantas ornamentais. 


5. Evite comprar água mineral, capte, armazene água da chuva para o consumo da família. Atualmente a venda de água, virou um grande negócio lucrativo e poluidor, onde mais um bem da natureza, que nos é ofertado de graça torna-se um produto comercial, onde para se ter acesso tem que pagar por ele. Precisamos rever esta atitude de aquisição, pois todos os seres têm direito a ter água para seu consumo, desde que procure formas naturais de captação e armazenamento. A captação e o armazenamento deveria ser uma atitude cultural, normal onde todo ser humano para permanecer vivo teria que saber captar, armazenar e melhor usar. Agora imagine a quantidade de vasilhames descartados como lixo que meio ambiente tem que suportar. 


Todos nos sabemos que a água é um bem esgotável, isto é pode acabar, pelo menos a sua forma potável. Várias formas podem ser criadas nas casas para armazenarmos a nossa água de cada dia. Precisamos encontrar formas de garantir nossa segurança hídrica pelo menos da água de consumo humano. Tecnologias não faltam, desde as mais caras até as mais econômicas são encontradas em sites os mais diversos, faltando apenas você escolher a forma mais adequada as suas condições econômicas e de volume. 


6. Tentar ao máximo impedir a saída de efluentes para o saneamento, esta deve ser a intenção permanente na casa. Dá utilidade e uso para estas sobras é uma postura ambiental acima do correto. A busca permanente deste propósito pode fazer e ser a diferença na postura de uma família que está em busca da sustentabilidade. Ser responsável pelo que excreto diminuindo os fluxos e aumento os ciclos é a melhor forma de uso para os efluentes. 


7. Calcule a capacidade de captação de água dos telhados da sua casa e lentamente vá aumentando a capacidade de armazenamento de toda esta água, que ganhamos de graça. Pense que o cuidar, deve nascer simultaneamente do coração, da cabeça e depois passar pelas mãos do fazer, do executar. Não deixe de fazer ações que melhorem o meio ambiente. É sua responsabilidade, você tem um pedaço para tomar conta e deixar para as próximas gerações, inclusive seus filhos. 

READEQUANDO O GASTO DE ENERGIA 

A energia é outro fator dentro de uma casa que pesa muito no orçamento, ela está presente em todos os espaços quer seja para clarear, ventilar, aquecer, cozinhar, etc. e para que todas estas ações aconteçam é necessário gastar energia, que nem sempre temos armazenada, nem produzida, sempre pagamos pelo seu uso. Em uma residência praticamente todas as formas de energia é paga, inclusive a sua energia que vem dos alimentos também é paga quando você vai ao mercado. Como fazer para diminuir estes usos de energia, como também montar algumas estruturas tecnológicas de baixo custo que possam produzir ou converter um tipo de energia em outra mais necessária? Várias formas de energia são necessárias em uma casa, vamos tentar analisar algumas destas formas e ver o que devemos e podemos fazer para melhor aproveitar as facilidades que ela pode nos proporcionar. 


As duas imagens acima têm a intenção de mostrar que toda mudança é um processo, não dá para mudar o que já se faz de forma cultural de uma hora para outra, ou melhor, rapidamente. Deve ser um processo que para alguns pode ser mais lento, para outro mais rápido, mas a idéia é que se tenha um planejamento temporal para que estas mudanças possam acontecer. A primeira imagem já é utilizada em equipamentos elétricos, demonstrando a demanda de energia do mesmo para seu funcionamento. 

1. Identificando as entradas de energias naturais – São indicadores que precisam ser conhecidos, quais as energias que estão chegando até a casa, e quais destas estão entrando verdadeiramente, contribuindo ou até complicando seu manejo. O vento, o sol, o barulho são todas energias que podem estar acontecendo de forma difusa na casa, sem que tenhamos controle sobre elas. Veja de qual direção vêm os ventos, e se ele entra ou está barrado por paredes ou outros obstáculos. Da mesma forma com o os raios do sol, até onde ele consegue entrar, clarear, aquecer determinados ambientes ou simplesmente é interrompido por uma parede aquecendo-a e ela aquecendo o ambiente interno. De qual lado vem o barulho externo? É alto ou baixo? Para você ter idéia, já existe instrumentos tecnológicos que consegue transformar barulho em energia. 


Por US$ 20, uma família no Haiti pode comprar a N200, uma lâmpada solar que conta com quatro leds que duram de duas a oito horas diárias, dependendo da potência que for usada. 



A Latro (palavra latina para “ladrão”) precisa apenas de água, luz do sol e gás carbônico para funcionar. 

A energia gerada durante o dia é armazenada em uma bateria e pode ser usada por horas a fio à noite. E para alimentar as algas bastam soprar dentro da garrafa e preenchê-la com água. 

O projeto de Mike Thompson é baseado em uma descoberta feita este ano por cientistas das Universidades Yansei e Stanford. Eles criaram uma técnica na qual eletrodos com 30 nanômetros de largura são inseridos em organismos fotossintetizantes (cloroplastos) de células de algas. Isso retira uma pequena corrente elétrica das algas quando elas realizam a fotossíntese. 

Como vemos cada vez mais o homem vem encontrando formas de utilizar os raios do sol para uma infinidade de usos, desde os fogões solares, fornos solares, aquecedores de água até as lâmpadas solares que dão autonomia de várias horas de claridade. 


Em relação ao vento direcione para onde você tem necessidade, criando aberturas e canais que canalizem o vento para os espaços necessários. Crie uma circulação do ar, não permita que ele fique preso, deixe que ele entre e saia. A casa precisa respirar fazer trocas de ar, facilite e diminua seus gastos com ar condicionados, ventiladores, exaustores entre outros. 


2. Repense a cor de sua casa por fora e por dentro – Precisamos lembrar que as cores tem tudo haver com aquisição e perda de calor. Cores escuras absorvem calor da luz solar com muita facilidade, de forma contraria, as cores claras refletem a luz diminuindo a absorção do calor. Diante deste fato as cores contribuem muito no controle da temperatura interna da casa, escolha as cores levando em consideração a temperatura que se quer no ambiente, alguns graus acima ou abaixo vai ajudar a fazer a diferença. As cores também nos fazem gastar mais ou menos energia, pois determinadas cores nos deixam mais tranqüilos, mais relaxados, enquanto que outras nos fazem ficar alertas, agitados. Descubra o poder destas cores e na escolha na hora de pintar os cômodos saiba colocar a cor certa no ambiente correto. 

3. Escolhendo a textura e densidade dos tecidos para diminuir gastos com energia – Muitos devem estar se perguntando o que tem haver tecido com gasto de energia. É bom lembrar que roupas grossas em clima errado podem aumentar os gastos com energia, pois iremos ficar com mais calor exigindo mecanismos para baixar. Roupas leves também em climas frios também nos vai exigir equipamentos que nos aqueçam. Logo, as escolhas dos tecidos, das vestimentas podem aumentar os gastos de energia, adéque seu enxoval a partir do clima que se está vivenciando no momento. 

ADEQUANDO OS HÁBITOS ALIMENTARES – Alimentar-se corretamente é uma arte que precisa ser aprendida, incorporada a nossa cultura. A mudança de certos hábitos alimentares deve fazer parte da transição que se quer alcançar. Quanto mais natural for a alimentação da família, mas próximo estaremos de uma dieta saudável. Quanto mais nos alimentar de alimentos crus, mais rica será nossa dieta. Quanto mais diversificada for nossa alimentação mais equilibrada será nossa saúde. Comer é uma necessidade básica que precisa ser levada a sério. Qualquer transtorno alimentar pode gerar problemas na saúde, remetendo-nos a busca da cura, através de insumos químicos como os medicamentos alopáticos. Neste blog tem alguns textos que podem ajudar a entender e a montar dietas biologicamente mais adequadas a quem busca um equilíbrio entre alimento e comida (A dieta alimentar na visão da Permacultura, A dieta e a agricultura). Não esqueça quanto mais cores no prato melhor para a nossa saúde. 


Precisamos também entender que quando a prática da produção de alimentos é na escala humana é uma forma artesanal de produção que busca melhorar a qualidade primeiro que a quantidade. Cuidado este, que nasce simultaneamente do coração, da cabeça e das mãos. 

REUTILIZANDO OS RESÍDUOS SÓLIDOS – Toda casa produz resíduos sólidos, e na sua totalidade todas terminam por contribuir com o aumento da poluição de algum espaço. A pior forma do manejo destes resíduos é quando os misturamos, pois até antes de misturar, todos estes resíduos podemos dizer que temos a mão, resíduos que é um recurso fantástico e que não é lixo. Lixo só se produz verdadeiramente quando misturamos todos estes resíduos ou recursos de forma indiscriminada. Antes tudo poderia ser utilizado para a confecção de algum produto ou material, contribuindo mensuravelmente para a melhoria da qualidade de vida dos ambientes. 

A melhor forma de dar uso a estes resíduos/recursos é não os misturando, logo as casas devem ter seus depósitos de separação seletiva domiciliar, evitando estas misturas. Depois de separados precisamos dar uma utilidade para estas sobras. Os separadores são coloridos seguindo um padrão internacional. Todo material orgânico pode servir para a confecção de compostagem ou até servindo de alimentos para pequenos minhocários caseiros, contribuindo na confecção de húmus, para sustentar toda vida vegetal dos espaços da casa. Fazendo com que os fluxos possam voltar a fazer parte de ciclos onde tudo tem utilidade e volta a ser o que era ou contribui para a geração de outro com mais complexidade. 


Vidros, latas e plásticos podem ser direcionados através de um acerto prévio com as cooperativas de catadores, que irão coletar todos estes recursos. Esta ação pode contribuir com a não poluição dos ambientes, além de poder gerar renda para algumas famílias. Sua família pode ajudar muito na não poluição. 

As aquisições de hábitos mais ecológicos e de consumo consciente diminuíram muito a produção destes recursos. Ter uma vida simples e uma alimentação mais natural irá contribuir sensivelmente para a baixa produção de resíduos sólidos. 

EDUCANDO PARA A SUSTENTABILIDADE 

Educando os filhos para a sustentabilidade – Se quisermos que modelos de sustentabilidade possam virar e ser princípios norteadores de nossas ações presentes e futuras tem que preparar as próximas gerações. A ecologização ainda não faz parte da nossa cultura, mas precisamos fazer com que ela se torne. Precisamos encontrar formas pedagógicas de alcançar os jovens através do que eles gostam de fazer, de brincar, e os jogos faz parte do mundo dos jovens, algumas empresas já criaram jogos onde a sustentabilidade é a meta para se ganhar a partida. É uma interessante forma de aprender jogando. 


A importância da educação ambiental aumenta conforme a sociedade vai se conscientizando da importância da preservação ambiental. Tanto que muitas escolas já possuem a temática como matéria da grade disciplinar ou inserida nos valores do modelo de ensino. As atividades educativas também estão se transformando com essa demanda por informação ambiental. O resultado é que grandes marcas já estão produzindo modelos de jogos ecológicos. 

Um exemplo é o Banco Imobiliário, jogo que marcou a década de 1980 e, agora, a Estrela relançou na versão sustentável. Para jogá-lo, esqueça o dinheiro e as propriedades imobiliárias e afie seu vocabulário em sustentabilidade. Agora a instrução é, por exemplo, usar créditos de carbono para comprar e gerir reservas naturais e grandes regiões produtoras de cana-de-açúcar no Brasil. 

As empresas de transporte da versão anterior também sofreram transformações e passaram a ser companhias de energia eólica, reflorestamento e reciclagem. A concepção do produto também se enquadra nos modelos alternativos de gestão: ele é feito de plástico de cana-de-açúcar e material reciclado. 

Outro bem interessante é a Cidade Verde - É um jogo sobre planejamento urbano e sustentabilidade. Para ganhar é preciso saber gerir a cidade controlando aspectos como lixo, energia, água, resíduos líquidos, mudanças climáticas, desmatamento, reflorestamento e até mesmo pesquisa e desenvolvimento. O jogo foi criado para escolas como método de educação ambiental, gerando discussões com os temas abordados. 

ESCOLHENDO A ESCOLA E A PROPOSTA PEDAGÓGICA – A maneira como aprendemos é tão importante como o que aprendemos. O processo como se dá estas aprendizagens é tão importante como os conteúdos, a teoria sem sua aplicação prática na vida real, é carente de significados. Dois textos estão postado neste blog sobre o assunto (Educando os filhos para uma agricultura sustentável, A escola do campo e as aprendizagens pertinentes ao espaço de atuação). Vêm acontecendo uma revolução nas comunidades educativas, muitas aprendizagens estão sendo incorporadas por novas metodologias. Aprendizagens como as relacionais, aprendizagem da ação, aprendizagem motivadora, entre outras, começam fazer parte de várias metodologias com mais ênfase. 

E se quisermos uma formação para os nossos filhos que priorize princípios de sustentabilidade, onde o meio ambiente e a ecologização dos espaços, relacionados ao que fazemos, usamos e comemos, é necessário pesquisar bem quais as escolas que tem foco e metodologias adequadas a esta área do conhecimento. Algumas metodologias de ensino estão direcionadas para trabalhar pedagogicamente estes conteúdos e processo. 

A PEADS é uma metodologia que prima por estas questões conhecer a realidade para poder nela intervir, respeitando os limites do ambiente como um todo (Abdalaziz de Moura)[1]. Outra metodologia bastante interessante é Waldorf[2], onde os princípios pedagógicos são norteados pela antroposofia de Rudolf Steiner. Para conhecer mais sobre ambas as metodologias acesse: 

Procure identificar qual a participação sócia ambiental da escola onde você quer matricular seu filho, pense nisso e cobre esta postura da escola. 

Como vemos muita coisa pode ser feita para fazer a transição, para uma habitação ambientalmente mais correta. Estas mudanças devem acontecer processualmente. A família tem que ir se adequando as novas mudanças, criando novos hábitos, e devemos estar alerta e consciente que toda mudança gera incômodos, transtornos até ela virar uma nova cultura. Saiba que vai enfrentar dificuldades, que até desencorajam em alguns momentos, mas não desista, faça isso por sua família e por uma natureza mais parceira. Traga o verde para o mais próximo da casa se possível para dentro dela. Busque perguntar a natureza como ela faz antes de você fazer. Zona zero na permacultura é a casa, e esta casa tem que enriquecer as demais Zonas, isto é, seu entorno e áreas mais distantes. 

MINHAS PRIMEIRAS PARCERIAS PARA A TRANSIÇÃO 
E OCUPAÇÃO DOS ESPAÇOS 

Agora a natureza já faz parte do entorno da minha residência, entrou na minha casa pela escada, chegou ao meu alpendre, entrou e também se instalou na sala, dominou a cozinha e agora quer se parceira no quarto. Apossou-se do sanitário para provar que tem espaço, só basta querer e permitir. Agora quero testar no telhado, não posso perder espaço improdutivo e o teto e as paredes precisam ajudar a produzir e a baixar a temperatura interna da casa. A parceria volta a acontecer, e nesta parceria ela me alimenta, embeleza, me oferece oxigênio e em troca eu cuido delas, lhes oferecendo luz, água e nutrientes e muito carinho. Isto é a mais pura simbiose. Pratique também! 










Inicie o processo de resgate desta relação por PEQUENAS AÇÕES EM FAVOR DA NATUREZA, e veja que resultados magníficos você e sua família vão ter. Escolha um ou vários dos tópicos do texto e não espere COMECE. A natureza está de olho em você, aguardando a sua iniciativa. 


01 de março de 2012



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