Antonio Roberto Mendes Pereira
Normalmente quando repetimos uma mesma ação várias
vezes, achamos que já conhecemos bastante, que temos total domínio sobre esta
ou aquela ação. Agora imagine se esta prática é realizada durante uma boa parte
de sua vida? Na verdade, esta certeza que entende que já pode ensinar para os
demais, aumenta consideravelmente. Este comportamento é normal e previsível nos
seres humanos.
Um agricultor que pratica agricultura durante
parte da sua vida, que aprendeu estes conhecimentos através de seus pais, da
experiência do fazer no dia a dia, acha que todas estas tarefas relacionadas à
produção agropecuária vão estar sob seu total controle e domínio. Mas, quando
se observa detalhadamente pouquíssimas destas intervenções humanas estão sob
seu controle total, proporcionando-lhe resultados satisfatórios. Para não ser
assustador o controle humano nesta área é quase nenhum. A incerteza e o caos
são princípios que regem a natureza e que estão impregnados em tudo que
acontece. Tudo esta conectado a tudo, e tudo que acontece a um, interfere em
todos os demais, não importando a distância que se está deste acontecimento, é
claro que quanto mais próximo mais se sente a ação desta perturbação.
Não há limites para a complexidade e os
detalhes com os quais a natureza interage, para que os efeitos e resultados possam
acontecer. Na sociedade atual, o homem teve cortado sua relação e vínculo com a
natureza. Para dar um exemplo, imagine que um cientista que para compreender a
natureza, ele pode começar estudando uma folha, mas à medida que sua
investigação chega às minúcias do nível de moléculas, átomos e partículas
elementares, ele perde a folha original de vista, não enxergando mais o todo da
folha. Ele pensa que a melhor maneira de aprender alguma coisa é coletar o
maior numero de dados possíveis de forma compartimentada.
A agricultura cientifica surgiu quando o
homem, observando as plantas e á medida que cresciam, veio a conhecê-las e,
depois se convencera de que ele mesmo poderia cultivá-la. Ainda assim
pergunta-se ele teria realmente conhecido a natureza?
E nesse esforço ele separou, compartimentou em
pedaços a natureza. Com certeza ele tem aprendido muito com esta
compartimentação, mas também podemos afirmar que o que ele tem examinado não
tem sido a natureza propriamente dita.
As variáveis na prática da agricultura são
enormes, este texto tenta elucidar algumas destas variáveis para perceber, que
mesmo tendo uma vida dedicada àquela prática rotineira, quem tem o total
controle destas variáveis e dos resultados provindos dela é a natureza. O nosso
papel de ajudar pode acontecer, mas normalmente, nossa ação gera perturbação, e
atrapalha em grande parte para que a natureza possa executar sua tarefa de ser natureza
sustentável, de natureza diversa, de conexão, de combinação.
Talvez este texto seja até polêmico, nos
remetendo a pensar que por não termos controle sobre muitos aspectos da
produção não precisaríamos planejar, deixando a produção ao Deus dará. A
intenção não é esta, o maior objetivo é trazer para os leitores que, para praticar uma agricultura com mais bases
ecológicas, precisamos cada vez mais estar antenado com as bases e princípios
que a natureza usa para fazer acontecer diariamente a alquimia da produção. E
como diz Fukuoka, 1995:
Falamos muito em “produzir alimentos”, mas os
agricultores não produzem os alimentos da vida. Apenas a natureza tem a
capacidade de produzir algo do nada. Os agricultores dão, meramente,
assistência à natureza.
Não pretendo que pensem que a ciência
agronômica perdeu seu valor, não é isto que estou querendo dizer ou
transparecer. O que gostaria era que fosse levada em conta numa formação profissional
para a intervenção no campo, é que antes de aprender, usar e achar que já está
apto a ensinar, que primeiro busque entender como a natureza faz, tente trazer
para o seu profissionalismo os princípios que a natureza utiliza para os
espaços humanos produtivos. O currículo da formação nas ciências agrárias
precisa ser revisto, repensado. O itinerário pedagógico deste currículo cada
vez mais está direcionado para o total afastamento da natureza e de sua lógica
natural de fazer as coisas.
As perturbações realizadas pelo homo sapiens
são enormes em todos os espaços, é claro que não dá para ficar imóvel,
estático, parado, precisamos nos locomover, trabalhar, produzir para comer e
sobreviver. Mas para que estas ações possam ser muito mais de ajuda e não de
perturbação precisaríamos aprender muito com os ensinamentos e ações
permanentes desempenhadas pela natureza.
A especialização do conhecimento normalmente
subdivide demasiadamente o todo, enquanto as generalizações na maioria das
vezes ficam muitas na superficialidade dos conhecimentos complexos.
Precisaríamos encontrar um meio termo ou usando a uma linguagem permacultural
criar uma borda entre as duas ações do conhecimento. Um limite onde as duas
posturas criem uma terceira, quem sabe híbrida da união das duas partes. Com
certeza este conhecimento nem é meticuloso e metódico e nem singelo e nem
desprovido de cientificidade.
Vejamos algumas das possíveis variáveis que
direcionam a produção para o sucesso ou insucesso na cultura do milho como
exemplo:
·
Luz solar
·
Chuva
·
Umidade
·
Temperatura
·
Oxigênio
·
Dióxido de
carbono
·
Capacidade
fotossintética
·
Eficiência
fotossintética
·
Respiração
·
Fatores
fisiológicos
·
Textura do solo
·
Umidade do solo
·
Estrutura do solo
·
Manejo aplicado a
cultura
·
Mecanização
·
Capina
·
Manejo aplicado
ao solo
·
Ph do solo
·
Microorganismos
·
Fertilizantes
·
Nutrientes e suas
relações
·
Fatores do solo
·
Fatores
morfológicos
·
Assimilação
·
Doenças
·
Acidentes
·
Danos dos insetos
·
Variedade
·
Adubação pesada
·
Fatores
fisiológicos
Estas só são algumas das variáveis,
cada uma destas variáveis se subdivide em vários outros fatores, nos levando a
uma infinidade de fatores de não controle.
Não podemos esquecer que por trás de
uma causa tem inúmeras outras causas. Qualquer tentativa de rastrear o caminho
inverso até a origem apenas conduz a um afastamento da compreensão sobre a
verdadeira causa. Logo podemos concluir que o efeito pode levar à causa e a
causa a uma causa anterior, numa corrente sem fim de causa e efeito.
Em qualquer discussão sobre aumento de
produção e altos rendimentos, os seguintes fatores são geralmente apontados
como afetando a produtividade:
Condições meteorológicas
|
Luz solar, temperatura, umidade, hidrogênio,
força do vento, ar, oxigênio, dióxido de carbono, etc.
|
Condições do solo
|
Física: estrutura, umidade, ar
Química: inorgânica, orgânica, nutrientes
|
Condições biológicas
|
Animais, plantas, microorganismos
|
Condições artificiais
|
Criação, cultivo, aplicação de adubo,
fertilizantes, controle de doenças e pragas
|
Imagens retiradas do livro – Agricultura
Natural – Teoria e prática da filosofia verde (Masanubu Fukuoka)
A idéia de aumentar a produtividade fazendo
melhorias parciais em vários desses fatores de produção é um engano terrível,
pois cada fator deste, está atrelado a muitas outras variáveis.
Os especialistas em cultivo e semeadura
acreditam que as melhorias nessas técnicas são decisivas para aumentar a
produção. Eles vêem questões como – quando, onde e como semear, como arar um
campo como ações diretas responsáveis pela garantia da safra pretendida. Um
especialista em fertilizantes lhe dirá “mantenha a adubação de suas plantas e
elas continuarão a crescer. Se o que você deseja é uma elevada produção você
tem de proporcionar à sua plantação muito fertilizante.
E o especialista em controle de pragas lhe
dirá “independentemente do cuidado com que você desenvolve sua função é
perseguir uma produção maior”, se seus campos estiverem infestados por doenças
ou pragas de insetos, você ficará sem nada. O controle eficaz da praga ou
doença é indispensável para a obtenção de uma alta produção. E em nome deste
controle pulverizam-se litros e mais litros de agrotóxicos em busca da garantia
dos resultados, mas resolve um e descontrola outro. Os resultados são
temporários não se percebe que a cada safra os problemas se agravam, não se
consegue mais o mesmo resultado da cultura anterior. E para se alcançar o
resultado anterior tem que aumentar as concentrações de insumos num ciclo não
virtuoso mais vicioso.
Como vemos cada especialista afirma que suas
descobertas fazem a diferença no resultado da produção. Como criar uma escala
de importância para todos estes fatores? Será que temos todos estes controles
quando cultivamos as culturas?
Se mexer em um fator para melhorá-lo coloca-se
em risco todo o sistema além de desregular os demais e nunca vamos encontrar a
quantidade na medida certa, só quem sabe dosar na necessidade exata é a
natureza.
Os fatores envolvidos na produção são
infinitos em número, e estão todos organicamente inter-relacionados. Ninguém
exerce uma influência de controle sobre a produção. Além disso, eles não podem
e não devem ser posicionados pela importância. Cada fator tem um sentido nessa
rede intricada de inter-relações, mas deixa de ter qualquer significado quando
isolado do todo (Fukuoka, 1995).
Vamos agora tentar fazer um levantamento das
ações agrícolas na implantação de um roçado, onde o agricultor ou produtor,
acha que tem total controle e sabedoria do que vai fazer, e dos resultados que
quer alcançar com a operacionalização daquelas ações sabidas:
1. A escolha da área, com certeza ele pode
decidir onde quer plantar, é claro que para isto ele utiliza sua experiência
que fora transmitida de pai para filho através das culturas dos ancestrais. Ou
também, através dos conhecimentos científicos aprendidos através de um curso na
área das ciências agrárias. É claro que a escolha da área tem tudo haver com o
tipo de cultivo que irá plantar e
manejar. Logo, esta escolha pode ser no alto, no baixo, no úmido, no molhado,
perto ou longe de casa, enfim nesta primeira decisão ele acha que isto esta sob
o poder de sua decisão.
2. O tamanho da área a ser cultivada também esta
sob seu controle, pelo menos o poder final de decidir depois que avaliar uma
série de variáveis (recurso econômico disponível, numero de familiares que vão
se envolver), entre outros. E a partir destas variáveis, ele pode decidir vou
plantar tantos metros quadrados ou hectares.
3. A escolha da cultura ou das culturas que irão
ser cultivadas. A escolha e seleção das sementes também fazem parte desta
decisão. A variedade é outra variável que ele acha que está também sob seu
controle.
4. O momento, ou melhor, dizendo o dia de plantar
é outra atividade de suma importância para o sucesso do cultivo. Às vezes
propriedades vizinhas separadas apenas por uma cerca, um produtor consegue
sucesso produtivos e o vizinho não, e a única diferença visual ou operacional
entre uma prática e outra, foi o dia que foi plantado as sementes. O clima,
ligado a temperatura e quantidade de umidade no ar e no solo devem estar sendo percebido para melhor ocorrer às
escolhas.
5. As misturas ou não no mesmo cultivo é decisão
única do produtor? Ou tem outras variáveis que ele não tem o total controle? Os
consórcios perfeitos quem diz como deverá acontecer?
6. A capina e o momento certo, o controle dos
insetos, a quantidade de água, a quantidade de sol, o tamanho do dia, a
fertilização adequada, qual o momento ideal para a colheita? Qual o ponto ou
momento certo; é enquanto o fruto esta verde, de vez ou maduro? Qual resiste
mais depois de colhido? Qual não perde o sabor e turgência? Será que a doçura
dos frutos tem como controlar, tem-se certeza que todos os frutos que plantamos
vão ter sabores adocicados?
Como percebe existe uma infinidade de
variáveis que precisam ser atendidas e entendidas para que os resultados sejam
satisfatórios no parecer humano. São todas estas e muito mais que não foram
citadas que tem e que contribui de forma direta e indireta nos resultados
produtivos das lavouras e criações. Por mais que se conheça, este conhecimento
ainda é pouco para acharmos que temos controle sob estas tarefas.
Para iniciar este estudo precisamos
saber quer: Quem mais conduz os cultivos é a natureza e não o homem. Logo a
primeira medida que precisamos compreender e alcançar é chegar mais próximo da
natureza na montagem e operacionalização dos nossos cultivos. Como diz Fukuoka,
1995 à lógica produtiva utilizada pela agricultura moderna é de uma lógica
centrífuga, sempre estamos ficando mais distante da natureza, a artificialidade
dos nossos cultivos é facilmente percebida. Os nossos campos estão cada vez
mais se tornando espaços antinaturais que produzem frutos artificiais que se
diz que é completo biologicamente falando, mas na verdade é um doce engano, são
produtos incompletos, pois muitas das variáveis que precisavam acontecer não
foram atendidas. É como se analogamente comparando com uma indústria de montar
automóveis onde a esteira da montagem dos mesmos estivesse funcionando e que
cada peça vai sendo incorporada durante a locomoção da esteira, em um
determinado momento acopla-se a lataria, depois as portas, o motor, o
pára-brisa, mas em determinado setor que era para entrar algum acessório esta
peça faltou, o carro vai ser montado, mas é um carro incompleto, esta mesma
lógica acontece com a prática da agricultura moderna, na sua maioria os frutos
são produzidos, porém de forma incompleta, alguns sem cheiro, outros sem a
doçura esperada, outros bem grandes e volumosos, mas ácidos demais, hoje já
temos até frutas sem sementes.
A lógica Fukuokana que devia ser
praticada é a da lógica CENTRÍPEDA, onde o centro é a natureza. É contrária a
expansão e ambição do ser humano. Precisamos chegar mais perto da essência da
natureza. E para que isto ocorra é preciso deixar que ela haja, que ela
aconteça, que ela nos ensine. Precisamos ser assistentes da natureza ou até
mesmo serviçais, permitindo que ela seja nossa mestra e ama.
Vamos analisar cada ponto que fora levantado
anteriormente para percebermos o quanto estamos distante de ter o controle,
pode-se até ter o poder de decisão de fazer ou não, mas os resultados a serem
alcançados estão todos no poder da natureza.
1º Escolher a área não é coisa muito
fácil, um engano pode levar o cultivo a não produção. A escolha jamais deveria
ser para a comodidade humana e sim para a comodidade do cultivo. Quanto mais
imitarmos a realidade natural ou local daquela cultura (local de origem), mais
acertos alcançamos, quanto mais combinações fizerem entre as variáveis, mais pontos
poderão está marcando para o alcance dos melhores resultados. Logo a escolha da
área é importante, mas não é o limitante. Podemos até escolher um local úmido
para determinada espécie de cultivo, mas se chover demais? Fenômenos este que
não temos o controle sobre ele podem até saber se pode ou vai chover, mas não
tenho como evitar que chova, esta área escolhida poderá ficar alagada,
encharcada e parte do nosso controle foi embora. As variáveis são muitas e a
inter-relações entre elas é o segredo.
2º Quanto ao tamanho da área pode-se
ter até o poder de decidir, mas se esta área vai produzir da forma planejada,
pensada e esperada é outros quinhentos. O tamanho está diretamente conectado, ligado
a outros fatores ou variáveis como: quantidade de mão de obra, qualidade da mão
da obra e sua eficiência e eficácia, tempo disponível por esta mão de obra, para
no tempo hábil operacionalizar o manejo adequado e requerido pela cultura. E
não podemos esquecer quanto maior a área mais gerenciamento é exigido, pelo
menos no modelo moderno de praticar agricultura. Uma prova é, que para produzir uma kcal gastasse mais de 5 kcal, é
que cada vez mais a exigência da presença e intervenção humana ou
mecânica/maquinaria ( maior animal doméstico de todos) é quase que diária, de
domingo a domingo. A cada cuidado a mais, mais energia e insumos são gastos
para proteger em busca da pretendida garantia pretendida. A energia aplicada
raramente é recuperada, a entropia é intensa. Ler texto: Energias disponíveis na propriedade rural.
3º A escolha da variedade e das
sementes são fatores de difícil escolha, é como em uma corrida de fórmula 1, não
se sabe com que tipo de pneu devo entrar na competição, e se chover? Se chover
demais? Se precisar exigir muito dos
freios? Sei que toda comparação é manca, mas o uso da comparação é meramente
didático. Para se ter idéia até a quantidade de luz e a estação influi na
escolha da semente. Uma coisa é certa quanto mais esta semente não vier de fora
e for produzida na propriedade, mas adequada, mais adaptada ela estará para o
ambiente.
4º O momento de plantar é de inteira
decisão do agricultor, não é o dia que vai interferir no resultado positivo ou
negativo do ponto de vista humano. O faz a diferença é o conjunto destes
fatores naquele dia que foi escolhido para realizar o plantio. Este conjunto de
fatores tem ação direta na germinação, temperatura e umidade são fatores
primordiais que precisam ser observadas com mais detalhe na hora do plantio.
Como diz os agricultores não podemos deixar a terra esfriar por completo, pois
se isto ocorre, significa que as sementes só irão encontrar umidade e frieza, e
para que as sementes possam germinar precisam também encontrar calor no solo.
Conhecer este momento certo é crucial, imagine a seguinte situação “Ontem e hoje choveu, o solo está no momento apto
para receber as sementes, mas no dia seguinte outra chuva e o solo em relação à
umidade passou do ponto, pergunta-se devo plantar ou esperar para que a umidade
baixe e fique no ponto de plantio? É claro que devemos esperar para que o solo
venha a ficar com o grau de umidade ideal, mas deve-se estar também atento para
que a temperatura do solo, não esfrie em demasia, pois de outra forma poderemos
provocar um apodrecimento das sementes, ou até falta de oxigênio no solo, por
que todos os poros vão estar repletos com água. Como vemos mais uma vez, existem
muitas variáveis que podem e vão interferir neste processo. Com conhecimento já
é difícil acertar imagine com pouquíssima informação e observação da natureza, ai
é que fica mais difícil.
5º As misturas de plantas ideais, as
distâncias entre uma e outra, as espécies que se dão bem uma ao lado da outra,
todas estas decisões precisam ser tomadas com certa antecedência para que no momento
oportuno possa-se agir com rapidez e agilidade necessária. Já existem tabelas
que vem sendo criadas por pessoas que tiveram a dedicação de buscar observar
quais misturas podem dar certo. Estas tabelas são conhecidas como plantas
companheiras e plantas antagonistas, que podem ser encontradas pesquisando-se
na internet. É claro que não vamos encontrar uma tabela que seja universal e
ideal para todas as propriedades, sempre é bom criar sua tabela de observação
local, anotando o que acontece com a mistura A com B ou até com C. Quanto mais
local esta tabela for criada mais adequada ela estará para ajudar no processo
de decisão das escolhas e nos possíveis resultados.
Como vemos praticar agricultura é uma
ARTE que necessita de muita informação e conhecimento e a grande ferramenta
para facilitar todo este processo é o poder da observação da natureza e dos
espaços da propriedade. Preciso conhecer, observar e entender cada metro
quadrado da área que irei utilizar para fazer as intervenções humanas
produtivas necessárias. Pelo menos se percebe que até agora o jeito de fazer
agricultura utilizada por muitos agricultores deixa muito a desejar, compromete
o trabalho fantástico realizado pela natureza, torne-se parceiro da mesma que
com certeza só teremos a ganhar e economizar tempo e insumos além de diminuir
os impactos ambientais. Inicie esta aprendizagem em pequenos espaços e vá
aumentando gradativamente a partir das suas observações. Aprenda a aprender com
os erros e com os acertos dos pequenos espaços.
Não esqueça que a natureza produz sem
exigir suprimentos ou remuneração, mas o esforço humano sempre exige pagamento
em retorno e às vezes até antecipado.
O que a ciência agronômica busca o
tempo todo através dos órgãos de pesquisa é criar formas para garantir esta
produção desejada, mas nesta busca muitos desencontros acontecem na relação
homem/natureza. Sabemos também que precisamos aumentar nossas certezas, mas a
melhor maneira para aumentar nossas certezas é tendo a natureza como aliada e
não como inimiga.
10 de junho de 2011
Bibliografia
consultada:
Fukuoka, Manosubu. Agricultura
natural: teoria e prática da filosofia verde, tradução de Hiroshi Seó e Ivana
Winderley Maia – São Paulo: Nobel, 1995
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